Orgulho…..

Orgulho.
Sim, como sempre. O video é antigo, não fui eu que filmei e está no canal da Estação Só Risos.
Um grupo de pessoas que durante muito tempo levou amor e carinho para muita gente.
Sem super produções, mas com uma imensa vontade de fazer o bem.
Na performance abaixo a palhacinha é alguém com de coração enorme e com quem apreendo toooodo Santo Dia.
O post estava perdido em um antigo blog, agora revista e reescrito em 31.12.2019

O Meu amorzão na estação só riso…

youtube=http://www.youtube.com/watch?v=8Pp6huyMUlw

Sem vergonha

Carnaval pra mim geralmente é uma época miserável. Primeiro porque eu detesto marchinha de carnaval, queria entender que graça tem um cidadão ficar escutando aquelas musiquetas de 1930, fantasiado de palhaço e pulando igual um macaco. Segundo, como todo cara que não bebe, odeio bêbado e nessa época esses proliferam.

Sendo assim, a única coisa que me resta é procurar um refugio que só não é mais tranqüilo porque sou casado e isso limita incrivelmente a possibilidade de determinadas programações.

No carnaval desse ano, assim como nos anos anteriores fomos para o interior na casa de um compadre. Compadre é uma versão mais leve do cunhado. O cidadão que casa, chama alguns parentes e amigos para testemunhar o acontecimento e para não chamar o cara de testemunha ele ganha o nome de padrinho de casamento e por conseqüência compadre.

Pois bem, o compadre no caso tem um dálmata que minha mulher adora e aproveita para matar saudades. Nós moramos em apartamento o que considero inadequado para criar qualquer tipo animal que não seja um peixe (dos pequenos) e também não nutro grande paixão por cães, gatos, pássaros e afins.

Quem lê os meus textos ou me conhece, sabe que sou adepto a liberdade principalmente a de ir e vir. Ser limitado por um outro ser humano não me agrada quanto mais por um animal, portanto no momento não os tenho.

Esse feriado flagrei minha digníssima mulher chamando a dálmata do meu compadre de “sem vergonha”.

Vergonha é algo que sentimos quando fazemos algo reprovável pela sociedade ou por nós mesmos. Uma pessoa, brasileiro, gozando do perfeito juízo ou tido como um ser humano médio sentiria vergonha ao ficar nu no meio da Avenida Paulista ás 18:00 hrs.

Kundera diria que vergonha é o que sentimos quando somos flagrados no erro e não por cometermos o erro em si.

De qualquer forma a vergonha está associada a um juízo de valores íntimos ou não que faz com que não nos sintamos bem, constrangidos, desconfortáveis com uma determinada situação.

Dado que um cão é perfeitamente adaptado para viver uma vida de cão (espécie) e para isso basta apenas existir, e que ele sendo apenas cão cumpre sua finalidade como diria Aristóteles como poderia sentir a vergonha ou a falta dela?

Vergonha é um sentimento exclusivamente humano e como a maioria deles limitado e subordinado ao peso da aprovação de uma série de normas e culturas.

Um cão não necessita de aprovação da sociedade dos cães para rosnar para o gato do vizinho quando ele passa pelo muro; um cão não necessita de aprovação do canil para urinar a cada poste que passa e assim demarcar seu território e também não sentirá a menor vergonha por defecar no meio da Oscar Freire em uma quinta-feira à tarde.

A visão estreita do ser humano em tentar entender o mundo de acordo com a sua própria natureza talvez seja a sua mais grave miopia.

A complexidade das ações humanas pelo menos àquelas que se pode destacar do instinto deveriam ser atribuídas somente a humanos e não a animais ou divindades.

No caso das divindades se torna ainda mais curioso, sem entrar no mérito se o divino é mais uma das formas de castrar a felicidade humana ou não, não é raro ouvirmos que hoje choveu porque Deus está triste ou tal região foi alagada porque Deus estava irritado.

Embora fosse a intenção nas palavras de minha mulher reprovar o ato do cão, sem querer, suas palavras estavam cheias de verdade. “Sem vergonha”, realmente sem vergonha, sem caráter, sem moral, sem ética, sem carnaval, apenas um cão abanando o rabo e procurando viver como cão e interagir como cão no mundo de homens.

Livro: A Lógica do Cisne Negro

Em um post anterior mencionei dois dos livros de Mário Sérgio Cortella e o papel da filosofia em nos tirar do senso comum o qual estamos imersos.  Nassim Nicholas Taleb vai além, ele consegue mostrar que além do senso-comum há uma dose incrível de estupidez e mediocridade a qual procuramos nos manter imersos.

A abordagem do Dr. Taleb é simples e direta, caí como uma bomba no atual cenário da recente crise americana, ainda mais porque o livro foi escrito e publicado antes do evento. Embora averso a previsões por considerar que em muitos casos o desconhecido exerce uma força considerável sobre elas, (fato que após ler a abordagem do Dr. Taleb faz muito sentido) o livro soa quase como um alerta para os riscos da grande dependência que governos e corporações criaram sobre as previsões matemáticas e estatísticas.

Vale muito a pena ler para aqueles que conseguem manter a mente aberta. Fica registrado a leitura da nota de rodapé da página 285. Fascinante.

A Lógica do Cisne Negro
A Lógica do Cisne Negro

Sofá novo

Durante muito tempo relutei em trocar o sofá da sala.

O que tinhamos aqui foi comprado logo que casamos, um sófa simples mas que recebeu muito bem às nossas visitas e acolheu por diversas vezes minha preguiça.

No começo achei besteira e perda de tempo, dinheiro jogado fora dizia. Pra que um sofá novo se o velho está tão bom. Mas minha mulher insistiu e compramos um novo modelo, todo cheio de articulações.

Estranhei na sexta-feira ao chegar em casa, o puff que morava ao lado do sofá antigo estava prendendo a porta por razões óbvias o novo modelo era muito maior, praticamente um Ford Fusion perto de um Gol, quando comparado ao velho laranjinha (isso mesmo o antigo sofá era laranja, ferrugem para ser mais exato).

Ainda com certo ar de desprezo me aproximei do novo morador, e fiz os primeiros testes. Foi amor a primeira vista. Nos dias que sucederam não me afastei mais dele. Minha mulher anda até preocupada porque não consegue mais me ver em outro lugar da casa.

Fascinante, a quebra dos nossos hábitos por vezes vem de lugares onde nem imaginamos, até mesmo de um sofá novinho em folha.

Quanto ao velho laranjinha, nem tive tempo de me despedir dele, provavelmente está muito bem instalado na casa de outra pessoa.

Campos do Jordão fora de estação

O projeto de viver as férias em duas rodas fracassou, na quinta-feira do dia 28, estava indo para Campos do Jordão. Equipamentos a postos e o paramento adequado  para a viagem, quando em uma parada estratégica no Frango Assado da Rodovia Carvalho Pinto a moto não pegou mais.

Pane Elétrica no Frango Assado

Voltei para São Paulo com a moto no guincho e eu na boleia do caminhão

Meu  orgulho estava em frangalhos e terrivelmente frustrado, embora o Marcos e o Lima do Grupo Izzo sempre me atendessem muito bem. Eu sei que qualquer problema com a moto, pode significar até 4 meses de molho devido a peças e burocracias.

Até o momento ainda não tive uma estimativa real de prazo para resolver o problema. Retificador da Bateria.  O mesmo que aconteceu com a moto do Yuri e de outros proprietários que conheci pela internet, está faltando planejamento no Grupo Izzo para manter essas peças em estoque por aqui no Brasil, o problema com o Retificar da Bateria é mundial sites internacionais, comentam sobre isso.

Na terça-feira, quase uma semana depois, resolvi as minhas últimas pendências em São Paulo e engoli o que restava do meu orgulho e cai na estrada com um par de rodas a mais.

Fiz questão de parar no Frango Assado e tomar um refrigerante como se fosse pra tirar o agouro de ter ficado parado na estrada, só que dessa vez de carro.

Já em Campos do Jordão, procurei um hotel pra ficar, o que numa terça-feira inicio de março, foi ridiculamente fácil, além de escolher, dava até pra negociar o preço, como não estava tendendo a altos passeios, procurei o que havia de mais próximo de Capivari, e o Hotel Estoril fica bem no centro, além dos quartos terem varanda coisa que eu simplesmente adoro.

Tomei um chopp no Baden Baden para celebrar a chegada e a paz do local.

Chopp no Baden Baden

Incrível como Campos do Jordão fora de temporada é tranqüilo, o silêncio nas ruas e a paz do local são coisas raras de se ver para um morador da capital paulista como eu, ainda mais depois de ter caminhado a Avenida Paulista inteira hoje pela manhã.

Dei uma volta no centrinho de Capivari, as 18:00 hrs as lojas começaram a fechar, mas também não me preocupei, se fosse fazer compras  na terça-feira não teria o que fazer na quarta-feira.

Entrei na Igreja de S. Benedito, há muito tempo não fazia isso. Embora com toda uma opinião formada sobre a Igreja Católica templos como este ainda são lugares de reflexão e nesses momentos solitários conversar com Deus ainda é uma boa. Ajoelhei-me em sinal de respeito e conversamos brevemente, na verdade dei uma de visitante ingrato que há tempos não aparece e quando aparece resolve pedir e cobrar algumas dívidas. Acho que vou voltar lá amanhã. Quem sabe até uma missa. Sinto que o assunto não está terminado. Vamos ver….

Mais um dia

Parece papo de espiritualistas, mas em parte é verdade.

Acordei hoje com aquela famosa dúvida. O que é que eu vou fazer hoje????

Pra não perder o costuma dei uma olhada no jornal e li meus e-mails. Paguei algumas contas e fui levar o lixo reciclável até o Pão de Açúcar Supermercado,  já que o prédio não conta com coleta de lixo seletiva.

Sem mais nada pra fazer e sem nenhuma vontade de ficar em casa, desci ao Térreo para continuar minha leitura, boa desculpa pra ver movimento e gente nova. Labirinto um livro da Kate Moss muito bom, do tipo que prende o leitor.

Saí para almoçar a idéia era comer em algum lugar desde que fosse a pé, estar em casa tudo bem, mas pelo menos algum tipo de exercício eu tinha que fazer.

Fui caminhando até a Rua Diana, tem uma casa de espetinho muito boa por lá, a esperança era encontrá-la aberta.

Nada, bati com a cara na porta e pra não perder a viagem continuei andando sem rumo. Alias pra quem não tem rumo qualquer caminho é uma viagem.

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Fui até o restaurante Alemão da Sumaré, Bier & Bier. Um garçom com um misto de agitação e má vontade me recebeu arremessando o prato e o cardápio na mesa.

Por sorte logo em seguida outros vieram retirar o pedido e retirar a impressão inicial do atendimento meia-boca.

O prato estava muito bom, Hamburguer Steak, vale a pena pedir, vem com ovo, cebola frita e batata.

Pedi a conta, o café seria no Treviolo, do outro lado da avenida.

Atravessei a avenida, o café que estava bombando. Me senti um alienígena.  Em plena segunda-feira todo mundo super arrumado e eu…. de férias. Bermuda, camiseta e tênis.

Fazia tempos que queria conhecer a casa, e ao que parece o pessoal vai almoçar por lá.

Sentei na varanda contemplando o movimento da avenida. Cinco operários tentavam a todo custo mover uma caçamba de entulhos de lugar. O desafio deles virou meu passatempo. Parecia impossível… Mas nada como a experiência histórica…. Um deles usou uma das invenções mais antigas da humanidade. Toras de rolagem,  colocaram 2 toras sob a caçamba e fizeram-na rolar sobre elas, problema resolvido, junto com o café.

Voltei caminhando até o Parque da Água-Branca, construíram um aquário bem bacana por lá, somente com peixes da nossa fauna.

Parei na praça de leitura e continuei com meu livro, há uma grande paz nesse parque durante a semana.

Voltei para casa… Talvez esse realmente tenha sido o meu primeiro dia de férias.